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Foto do escritorMarina Tipo Ruim

A vida pós diabetes continua, sabia?


A vida continua sabia?

Mesmo depois do diagnostico. A gente se desespera, na verdade eu acho que nossos pais se desesperam mais do que a gente. Mas a vida continua.

Lógico, não é a mesma vida de sempre. Temos mais cuidados, mais limitações, somos mais precavidos, pensamos muito mais na morte, estamos muito mais perto de perigos constantes, mas a vida continua.

Há 15 anos atrás eu descobri o diabetes em mim. E naquela época confesso que pouco sabia sobre a doença e menos ainda sobre o meu destino e o meu futuro.

Os anos foram passando, hora eram lentos demais, mas hora percebo que voaram. Mal consigo me lembrar de momentos da minha vida sem o diabetes, engraçado isso neh?

Não consigo me lembrar de uma vida sem ela. E até penso “Será q eu tive momentos sem ela?” Alguma coisa em mim bloqueia as lembranças sem a doença e alguma outra coisa em mim adiciona seringas e agulhas nas lembranças de crianças. Como a nossa mente é doida!

A experiência de escrever um livro me fez reviver todo o cenário do diagnostico e histórias que estavam enterradas no passado. Até aí tudo bem, tranquilo pra mim. Mas o que mais o livro me trouxe? Um monte de mensagens que eu nunca sonhei em receber.

Eu nunca pude imaginar que um dia escreveria sobre a minha vida e meus pensamentos, que pra mim sempre foram meio sem sentido e um pouco doidos demais, e que tanta gente iria se identificar e gostar de ler! (e até mesmo pessoas não diabéticas!)

Às vezes eu cheguei a pensar que com 30 anos eu estaria super velha, com muitos problemas relacionado ao diabetes, talvez cega ou à beira de….

Com 15 anos sempre pensei que os 40 anos seriam quase que impossíveis de se chegar com um pouco de saúde. Engano meu.

A vida continua depois do diagnostico e ela continua mesmo, linda, verdadeira, cheia de promessas, cheia de oportunidades de realizações….e depende sempre da gente…

Meu maior orgulho hoje não é ter escrito um livro. Isso qualquer um faz. De verdade. Qualquer um pode abrir um word e escrever o que bem quiser. Procurar uma editora ou lançar o livro de forma independente. Escrever um livro qualquer um faz, qualquer um escreve, isso não é mérito, não é mesmo!

Mas hoje me caiu a ficha que o mérito aqui está em escrever. (ponto!) Escrever. Apenas isso.

Escrever sobre a doença que nos mata todos os dias um pouquinho. Escrever abertamente sobre os meus medos que antes eram tão só meus e tão pouco externados que pareciam verdadeiros devaneios. Escrever para pais e mães que querem entender os sintomas da doença. Para os namorados/maridos/amigos/colegas entender os altos e baixos da nossa felicidade salpicada de açúcar.

Finalmente hoje, depois de 193 dias desde o primeiro arquivo de word aberto no meu note, só hoje eu fiquei com orgulho de mim mesma….

Mas o meu orgulho é por ter percebido que, mesmo contra tudo o que eu pensei na época do diagnóstico, a vida continuou pra mim. E vai continuar por muitos anos ainda.

Acredite: a vida continua depois do diagnóstico. Bem ou mal. É a sua vida, cabe a você descobrir o que quer fazer dela.

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